Missão em Malta - Shion de Áries

Mensagens : 4 Data de inscrição : 22/04/2020

*Ilhas Maltesas. Um arquipélago magnífico de águas pacíficas que atraem anualmente milhares de turistas, situado no Mar Mediterrâneo. Há em tal território, Malta, um país insular, onde um certo cavaleiro havia sido designado para investigar certas anormalidades: um local de maré outrora pacífica, agora era assombrado por redemoinhos que devastavam a costa do país, causando a morte de milhares de pessoas. A princípio, um incidente natural, entretanto não se bastava a isso. Era referente à mudança cosmológica que Sage, o Grande Mestre, havia constatado. Logo, um evento de tamanha importância, exigia a presença de alguém competente para investigá-lo, e sendo uma missão de risco, o cavaleiro designado por Sage havia sido Shion de Áries.
*Havia sido uma jornada tranquila até Malta. Shion estava vestido de forma discreta, com um sobretudo escuro a esconder praticamente todo seu corpo, deixando à mostra apenas seu rosto de pele clara com seus olhos castanhos, marcas onde seriam suas sobrancelhas, e pequenas mechas de seu cabelo loiro-esverdeados a voar. Ele havia ido sozinho para essa missão, e seja lá por quais motivos, o destino lhe mostraria.

" Hora de ir ver o que está acontecendo. "

*Shion estava no centro da cidade, como um simples andarilho, e se dirigia à orla da ilha para observar o que as alterações cósmicas haviam causado. O caminho era simples, tratando-se de uma distância relativamente pequena de onde Shion estava. Em sua passagem, Shion observava bem ao seu redor, reparando nas pessoas e nos estabelecimentos em seu entorno. A cidade estava vazia. Portas e janelas fechadas, as cestas dos feirantes abandonadas. Aparentava estarem se escondendo de algo. Foi quando Shion avistou uma pequena menina indo buscar um urso de pelúcia na rua. Atentou-se, Shion, e então se dirigiu à menina, e gentilmente lhe perguntou:

— Olá. Você sabe o porquê de todos estarem escondidos? Sou um viajante e jamais vi a cidade assim.

*Foi quando, surpreendido por um grito, a atenção de Shion foi tomada para uma mulher de idade avançada que, mesmo em seu estado físico, esforçava-se para correr até a menina. A mulher pôs-se entre Shion e a menina, e disse:

— Afaste-se dela! O que está fazendo? Não percebe que o fim está próximo?! Vá se abrigar enquanto ainda há tempo e deixe minha neta em paz, forasteiro!

*Intrigado, o cavaleiro de ouro que estava em seu disfarce continuou calmamente:

— Desculpe. Não desejava incomodar. Você pode me explicar o que houve?

— Vamos, garota! Não perca mais tempo!

— Espere!

*E ignorado pela senhora que parecia desesperada e partia com sua neta para dentro de casa, Shion teve sua primeira tentativa de informações falha. Seu primeiro e aparentemente único contato naquela cidade. O cavaleiro decidira então não perder mais tempo, e dirigiu seus passos sem desvio e sem tardar à orla da ilha. A caminhada não fora tão longa, porém o que seus olhos viram ao chegar o impressionaram: era possível ver os redemoinhos possuindo o mar desde a orla da praia, e o mar que era para ser calmo estava agitado, como se a qualquer momento pudesse se invocar e partir em direção à terra. As casas construídas próximas estavam completamente devastadas. Rochas despedaçadas. Corpos engolidos e regurgitados pelo mar, cujo quais ninguém parecia ter coragem de tocar com medo de ser o próximo. Era uma vista caótica, e de fato uma anomalia cósmica estava por trás disso.

" Que terrível! Sinto não poder ter evitado isto. Mas agora estou aqui, e farei o que puder para que ninguém mais perca sua vida. Descobrirei o que está por trás disso. "

*Aquela visão triste determinava Shion em resolver esse caso o quanto antes para que os pacíficos civis pudessem ter sua vida de volta, e para que os mortos pudessem encontrar o seu caminho em paz. O cavaleiro de Áries mantinha sempre a cautela e a atenção ao seu redor a todo momento, pois se tratava de uma missão importante que colocaria em prova suas habilidades. Ele decidiu, então, ir em direção às ruínas de um povoado perto da orla da praia que havia sido destruído pelas ondas. Talvez ali ele poderia encontrar algo que lhe fosse útil em sua missão.

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Mensagens : 7 Data de inscrição : 23/04/2020

A devastação do litoral maltês era surpreendente, até mesmo para Shion de Áries, um dourado que, embora não estivesse entre os mais velhos, havia enfrentado cenários inesperados para conseguir sua pele dourada. O cavaleiro de Atena agora se via em uma cidade sem esperança, condenada pelo que parecia uma maldição dos mares. Todavia o ariano era perspicaz e já havia sido informado por Sage; tudo aquilo tinha um causador.
O Santo Dourado seguia para as ruínas do vilarejo recém destruído pela fúria de redemoinhos aquáticos, aproveitando-se da maré calma efêmera e de que os outros redemoinhos estavam menores - embora constantes. Ali ele poderia casas subjulgadas, concreto e pilastras entre a terra e a água, algumas pediam prestes a cair. Os corpos ficavam jogados sobre resto de concretos, alguns esmagados e outros perfurados pelos metais que se soltaram. Mulheres choravam nos escombros sem saber reagir a perda recente de seus maridos e filhos. Não diferente, homens e crianças choravam pela situação oposta de perder mães e mulheres. Um acolhia ao outro em abraços trêmulos, enquanto pequenos grupos eram assustados e espantados por soldados:
— Essa é a irá de Caribdis! Ela irá aplacar a vida de todos os vermes que se recusarem a dar à vida pelo mar. Ao seu Senhor maior... Vocês são humanos! Sacríficio para o reinado do mais bondoso deus.
Eram cerca de seis soldados, vestiam algum tipo de armadura azul escura que parecia muito simples, caracterizada pelo capacete que lembrava animais marinhos comuns. Aqueles homens se divertiam ao chutar alguns sobreviventes, espantando-os para longe do litoral.
— Fujam! — Ele dizia — Outra catástrofe virá levando a vida de quem ficar aqui. Uma após outra! Tudo irá virar mar.
Talvez aquilo atiçasse fortemente o senso de justiça de um cavaleiro de Atena. Ver o povo ser pisoteado de tal modo, sem poder reagir. Subjulgado por um mais forte covarde. Um homem se jogava contra o ariano, as mãos fracas e trêmulas apertavam-lhe a armadura no braço e os olhos brilhavam com o que parecia... esperança.
— Você é... Você é... — Ele tentava dizer empolgado. — Por favor senhor... Salve minha família. Salve minha cidade dessa maldição. O comandante Asterion irá...
Antes que aquele desconhecido pudesse terminar de falar uma energia poderosa explodia nas costas dele, havia sido desparada em um momento oportuno uma esfera de cosmo concentrada que fazia o homem gritar e ruir de dor cuspindo sangue sobre a armadura de Áries em uma só súplica antes de desfalecer sobre os braços do ariano.
— Tsk... — Dizia a voz de timbre grosso, um homem saia de dentro das águas ele trajava uma armadura diferente dos demais. Ela possuia aspectos de um corpo sepertino e cheio de dentes e era de um azul marinho brilhoso. Representava a escama de Caribdis. — O santuário chegou tarde, meu caro. Como pode ver... essa cidade já é minha!
Talvez com a atenção voltada ao novo oponente que surgia, Asterion, o ariano percebesse que no meio do mar havia um pilar de metros de extensão erguido, embora aquilo fosse misterioso sobre o que significava, com certeza não estava ali antes.
O soldados rasos voltaram a atenção para Shion depois do ataque de Asterion contra o cavaleiro. Eles não esperavam ordem alguma do comandante, ao invés disso os seis corriam em direção do cavaleiro de áries e preparavam um soco, enquanto juntamente gritavam:
— Turbilhão Marinho!
Da mão de cada um deles um poderoso jato giratório de água era disparado, ele explodia pilastras destruídas e ruínas de pedra como se fosse nada enquanto estava indo rapidamente na direção de Shion. Era um golpe conjunto dos soldados rasos que podia ferir gravemente o dourado se acertasse.
Asterion cruzava os braços, observando a luta à frente com certa curiosidade se aquele ataque conjunto iria funcionar.

Mensagens : 4 Data de inscrição : 22/04/2020

*Era lamentável o cenário que o cavaleiro de Áries estava vendo. Todo o local no qual fora mandado inspecionar estava devastado. Conforme ia andando em direção as ruínas, Shion via seis homens insultando e oprimindo os poucos cidadãos que ainda jaziam vivos naquele local. Eles recebiam golpes, insultos, e como se não bastasse ter passado pela perda de seus familiares, ainda tinham que se submeter à humilhação distribuída de tais elementos desconhecidos. Aquela era uma visão que desagradava Shion, que era um cavaleiro, em especial, dotado com um senso de justiça e dever admirável. Apesar de sua calma, o ariano sempre se colocava a dispôr dos injustiçados. Afinal, era esse o dever de um cavaleiro de Atena.

— Parem já com isso!

*E então, naquele dia ensolarado de nuvem alguma no céu, os homens paravam de molestar os cidadãos que estavam sofrendo com suas perdas, ao som da voz autoritária de um arauto da justiça que parecia dá-los um ultimato, mas não pareciam parar pelas ordens e sim por mero interesse. Shion os encarava com seriedade e a todo momento atento, e via um civil chegar perto de si e agarrá-lo, clamando por salvação. Ele se lançava ao Santo Dourado como um último ato de esperança para salvar sua família e reaver sua vida, até ser atingido por uma esfera de cosmo pelas costas. Um ato cruel e covarde que irritava Shion, enquanto o pobre coitado desfalecia em seus braços, ensanguentado. Entretanto, um nome o chamava atenção: "Asterion". Enfim, aquele caos tinha nome: comandante Asterion, e seria esse o ponto de partida das descobertas do Cavaleiro de Áries. Shion cuidadosamente colocava o ser no chão, ainda debilitado, e dirigia sua atenção aos verdadeiros merecedores da mão da justiça de Atena. A partir dali eles teriam como adversário o Cavaleiro de Ouro de Áries.
*O ser referido, Asterion, saía do mar turbulento, e proferia algumas palavras a Shion. A fala de Asterion tomava por alguns instantes a atenção de Shion, que analisava cautelosamente o local e os oponentes. Haviam seis homens com armaduras simples de cor azul escuro, e Asterion, que possuía uma armadura peculiar, de aspecto serpentino e com dentes, de cor azul-marinho brilhosa. Shion era um bom conhecedor de armaduras, convivendo com as armaduras de ouro de Atena antes de virar um cavaleiro, e tendo memórias delas dentro de si. Imediatamente um feixe de memória passava pela sua cabeça, e ele reconhecia do que se tratava.

" Estão a serviço de Poseidon... tenho que avisar ao Grande Mestre o mais rápido possível. "

*As características peculiares e únicas de uma armadura como a de um comandante de Poseidon que outrora já fora enfrentado por outros cavaleiros de Atena certamente não seria apagada, e fora útil agora a Shion, que se encontrava frente à uma situação complexa, onde ele precisaria avisar a seu superior o mais rápido possível para neutralizar a ameaça o quanto antes, porém deveria extrair bem mais informações do que ele apenas havia adquirido até então: sobre o plano central, a cortina de fundo do espetáculo planejado pelos serventes do deus dos mares.
*Os seis homens de armadura subordinados a Asterion, sem ordem prévia, reuniam-se em um ataque combinado a Shion, até então disfarçado. Era uma situação que exigia seriedade. Cada um dos seis reunia em seu punho uma rajada espiral de água e as lançava em direção a Shion. Conforme passavam pelas ruínas, elas destruíam facilmente os pilares e escombros, denotando seu poder destrutivo. Em um hábil movimento, Shion retirava seu sobretudo e o lançava para a frente na direção do golpe e dos cavaleiros, quando por fim o golpe atravessava a vestimenta, deixando apenas trapos para trás. Mas algo confundia os cavaleiros: o homem não estava mais lá. Provavelmente, por alguns ínfimos segundos, em seus pensamentos, eles se vangloriariam pensando ter obliterado o homem sem deixar vestígios. Quando, de repente, ambos os seis sofriam um impacto vindo de cima para baixo.

— Grh!

*Asterion poderia até pensar em avisar seus subordinados, mas seria na mesma velocidade que tudo aconteceria. Shion se aproveitava dos ataques inexperientes e precipitados dos cavaleiros de nível baixo. Apesar de serem combinados, eram ataques frontais, e não se comparavam à velocidade e agilidade de um cavaleiro de ouro de Atena, mas não poderiam saber disso já que Shion estava disfarçado. Após tapar suas visões com seu sobretudo e desviar, Shion surgia em cima deles, e inflamando seu cosmo, disferia um soco poderoso no chão, repelindo todos os seis cavaleiros de uma vez, quebrando pedaços de suas armaduras e incapacitando-os. O golpe até mesmo espalhava bastante da areia e das rochas por ali, mostrando uma pequena fração de com quem eles estariam lidando a partir dali.
*O carneiro dourado de Atena agora se revelava. Sem seu disfarce, via-se a gloriosa armadura de Áries de Shion, que brilhava à luz do Sol, cintilando conforme seu cosmo emanava de seu corpo, em uma aura dourada. Seus cabelos agora esvoaçavam conforme as brisas de vento fortes que passavam.

— Sou Shion de Áries, um dos doze cavaleiros de ouro de Atena. Imagino que esteja a serviço de Poseidon...

*Shion falava com seriedade e encarava Asterion que o olhava de braços cruzados. Ambos pareciam estar bem calmos, mas após o Carneiro Dourado inflamar seu cosmo, a atmosfera seria sentida muito mais pesada para Asterion. Seus seis subordinados haviam sido postos de escanteio, sucumbindo a uma mísera porcentagem do potencial de um cavaleiro dourado. Agora era apenas Asterion e Shion.

— O que estão planejando? Como a destruição desse povo faz parte de seus planos?!

*Indignado, Shion indagava ao cavaleiro de Caribdis, que possuía crueldade em seu olhar, diferentemente de Shion. Apesar de todo infortúnio e problemas que haviam causado ao povo de Malta, Shion sabia que isso fazia parte de algo maior, e era hora de tentar entender o máximo possível, mas sem perder tempo, pois o pior podia acontecer, visto um enorme pilar no mar dentre os redemoinhos.

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Mensagens : 7 Data de inscrição : 23/04/2020

O comandante Asterion observou com curiosidade e bastante indiferença a ação de seus soldados, eles pulavam tão desprevinidamente contra Shion que era possível saber o desfecho. Primeiro uma grande fumaça de areia e água que fora espalhada pelo golpe do dourado, poças e escamas jogadas pelos cantos mostravam o quão devastador havia sido aquele soco e Asterion sorria. O Sol refletia a armadura de Áries de um brilho tão genuíno que era difícil acreditar. O cosmo de Shion era surpreendentemente grande.
— Você é bastante intrometido — Refletiu, à respeito da informação dita por Shion. — Mas todo esse cosmo... vai nos ajudar muito. Esse ''povo'', está no caminho. A destruição deles é apenas uma conhecidência miserável, para o bem maior. O imperador dos mares pode salvar a humanidade de seu próprio ego e alguns sacrifícios pelo meio do caminho não são nada.
Asterion já havia ouvido falar sobre a força de um santo dourado, todos já deveriam ter ouvido falar sobre. Um cosmo surpreendente como o de Shion era raro de se ver, mas ainda indómito e inexperiente o cavaleiro de Áries podia sucumbir aos seu sentimentos, por trás de toda face calma e indiferente.
— Não me leve a mal, cavaleiro de Atena. Você será muito útil aqui! — Ele batia a mão sobre o solo molhado e de imediato as poças de água estremeciam. — Fúria das Marés!
A princípio podia parecer que Asterion controlaria a água das poças mas o tremor vinha do fundo do solo, os lençois freáticos não eram nada longe do solo ali na beira do mar e eles simplesmente explodiam, vindo de baixo dos pés de Shion, iria causar um impacto devastador como o de um magma que poderia lançar o cavaleiro para cima à metros de distância. Mas uma queda assim era insiginificante para uma armadura de ouro.
— Renda-se à fúria de Caribdis! Turbilhão de Caribdis!
O primeiro ataque poderia tirar Shion do solo e pega-lo de surpresa, se isso acontecesse ele também ficaria no meio de um poderoso jato de água que dificultaria sua visão. O verdadeiro ataque vinha depois disso. Asterion impulsionava as duas mãos para frente liberando sua cosmo energia na forma de uma poderosa corrente de ar destrutiva e rotatória, ela poderia lançar Shion contra tudo pela frente além de que domaria a água transformando-a em um redemoinho infernal e realmente mortífero. O ataque lembrava as lendas sobre caribdis que com seus téntaculos formava tempestades e redemoinhos.

End

Mensagens : 4 Data de inscrição : 22/04/2020

*O dia ensolarado em Malta testemunhava um confronto tão quente quanto, quando o Santo de Áries passava a se envolver em uma batalha direta com Asterion de Caribdis, um dos comandantes de Poseidon, o deus dos mares. Era um indivíduo com uma armadura característica de seu exército, apesar de suas peculiaridades, e com poderes que demonstravam seu domínio com propriedades aquáticas. Logo após uma cortina de poeira das areias se espalharem e se dissiparem lentamente, revelando seus soldados derrotados, Asterion iniciava um breve diálogo com Shion.

— Você é bastante intrometido. Mas todo esse cosmo... vai nos ajudar muito. Esse ''povo'' está no caminho. A destruição deles é apenas uma coincidência miserável, para o bem maior. O imperador dos mares pode salvar a humanidade de seu próprio ego, e alguns sacrifícios pelo meio do caminho não são nada.

*A fala de Asterion despertava um sentimento de inconformidade em Shion, pois se tratava de alguém com um senso de justiça aguçado, e o desinteresse de Asterion sobre como suas ações caóticas poderiam custar a vida das pessoas enfurecia Shion, que mudava seu semblante para um mais fechado. Era notória a intermitência de sua pacificidade por algo que havia mexido com ele.

— "Uma coincidência miserável"?... Você é desprezível por achar que a vida das pessoas serão apenas degraus para teus objetivos, e se acha que conseguirá continuar com isso, está completamente enganado. Renda-se imediatamente!

*O cavaleiro dourado era bem claro em suas palavras. O vento afastava seus cabelos de sua face, revelando sua completa insatisfação com a forma de pensar de Asterion, e a partir dali as medidas necessárias seriam tomadas por Shion. Entretanto, Shion havia adquirido mais uma informação importante, que logo viria à tona em seus pensamentos.
*Parecendo ignorar completamente sua advertência, Asterion iniciava uma ofensiva. Claramente era um cavaleiro melhor treinado do que os demais que Shion enfrentara e poderia oferecer certo risco a ele, que apesar de ser um prodígio promissor em sua idade, ainda era um pouco inexperiente. Ao bater sua mão contra o solo do local e invocar o nome de sua técnica, Asterion realizaria a Fúria das Marés, que consistia em invocar os lençóis freáticos em uma explosão de água devastadora, implicando no arremesso de Shion aos ares. Simultânea à sua canalização de cosmo para realizar a técnica, Shion sentia uma movimentação anormal no solo abaixo de si. Isso era porque Shion era proveniente de uma raça chamada Lemurianos, uma raça de seres com habilidades paranormais e extrassensoriais. Sentir uma anomalia natural, ainda mais embaixo do próprio corpo, era uma habilidade natural intrínseca de Shion. Isso o colocava um pé a frente a habilidades que tinham como propósito alterar o ambiente ao redor ou usá-lo a seu favor.

" Essa não! "

*Atento e aproveitando de seus dons naturais, Shion realizava um enorme salto antes que o solo abaixo pudesse explodir, o arremessando. Isso o dava alguns instantes de tempo, vantagem com relação a Asterion, e impedia que fosse desestabilizado por sua técnica, que teria a eficácia quase nula. Do alto, Shion olhava para Asterion, que estendia seus braços para a frente e exclamava o nome de outra técnica, invocando-a: Turbilhão de Caribdis. Ao ver seu oponente estendendo os braços em sua direção, Shion deixava por um momento seu semblante furioso e soltava de relance um sorriso contido, de alguém que possui a situação sob controle. Shion estava planejando algo. Era quando, simultaneamente (devido ao salto de Shion, atrasaria o timing da primeira técnica, fazendo as duas colidirem de uma só fez), ambas as técnicas alcançavam Shion: tanto a explosão aquática do Furia das Marés como a corrente de ar rotativa do Turbilhão de Caribdis. Dois golpes poderosos que poderiam complicar a situação de Shion. Era quando, detrás de seus golpes, Caribdis via o cosmo de Shion inflamar, deixando sua armadura com um dourado bem mais brilhante, lembrando até mesmo uma estrela de longe. Sendo o detentor das técnicas, provavelmente o comandante de Poseidon notaria: nenhuma delas de fato atingiam Shion, pareciam, porém, parar em pleno ar alguns instantes antes da colisão.

— Devia ter me ouvido enquanto ainda era tempo.

*A voz de Shion ecoava de dentro da confusão cósmica dos golpes dissipados de Asterion, diretamente em sua cabeça através da telepatia, o que com toda certeza o deixaria trêmulo a respeito do porquê de suas técnicas não fazerem efeito em Shion. Seriam mesmo os cavaleiros de ouro de Atena inalcançáveis por alguém como ele? Tudo se tornava incerto, quando, repentinamente, o turbilhão de vento cortante voltava em direção ao seu conjurador, com a mesma potência de antes. O Turbilhão de Caribdis se voltando contra o detentor de Caribdis. E como se não bastasse, Caribdis notava, nesse meio tempo (pois apesar da narrativa, havia tudo sido feito de forma veloz e contínua), que não conseguia recolher seus braços: eles estavam travados na posição cujo ele havia lançado as rajadas de vento cortante em espiral. Suas pernas e outras articulações corporais não se moviam, e seu cosmo já não respondia a respeito de executar técnicas. Afinal, o que estava acontecendo? Shion habilmente pousava no solo, e de forma veloz lançava esferas de cosmo em direção ao turbilhão de vento cortante que estava voltando em direção ao Cavaleiro de Caribdis, incrementando-o com seu cosmo, tornando-o um turbilhão dourado cortante e explosivo. Apesar de ser um comandante de Poseidon, naquela situação já não havia o que ser feito, seria um golpe certeiro, direto, em cheio, que cortaria e explodiria Asterion, fazendo-o ser arremessando metros para trás, causando danos consideráveis.

— Diga de uma vez, quais são os seus planos?!

*O Carneiro Dourado havia sobrevivido graças a manipulação de seus cristais. Havia sido uma execução conjunta da Muralha de Cristal (para absorver e refletir as técnicas), e anteriormente a esta, a Rede de Cristal. A Rede de Cristal havia sido feita no momento em que Shion derrotara os seis soldados e a poeira havia se levantado. Apesar de seus cristais não serem visíveis a olho nu, Shion havia escolhido o momento próprio para espalhá-los, e somente ativá-los quando Asterion estivesse em uma posição desfavorável para retroagir. Sendo assim, quando a Muralha refletisse seus golpes, Asterion não teria reação.
*O barulho das peças de ouro da armadura de Shion eram ouvidas enquanto ele continha seu semblante sério e reservado, andando em direção ao seu oponente, dessa vez, incapacitado ao chão. Shion o interrogava. Asterion poderia ser um tipo de servente que preferiria a morte ao revelar seus planos maiores, mas certamente haviam destinos mais terríveis que a morte.

" Ele comentou algo a respeito do meu cosmo poder ser útil, e do Imperador dos Mares salvar os humanos... levando em conta aquele pilar de água, que com certeza está ligado a isso, poderia ser algum tipo de invocação? Se for o caso, é mais grave do que eu pensava. Preciso avisar ao Grande Mestre o mais rápido possível. "

*Asterion estaria jogado no chão e ensanguentado, quando Shion usava seu pouco tempo restante antes de retornar para interrogá-lo por fim. A informação significativa que Shion havia adquirido era que isso poderia facilmente ser parte de uma trama para os cavaleiros de Poseidon invocarem seu deus novamente, seja lá por qual motivo. Mas isso era o que o Cavaleiro de Áries possivelmente estava prestes a descobrir. Seus cabelos e sua capa esvoaçavam conforme o vento litorâneo, enquanto aguardava por mais informações definitivas para enfim retornar ao Santuário de Atena.

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